É nos passos emprestados contra o soalho que te ouço estreitar em ti mesmo,
sufocado entre as paredes invisíveis de uma mente ansiosa por lugares que não fecham.
- Por pessoas que não (se) fecham. -
Até a andar da sala à cozinha pedes Espaço,
passas,
e o teu rasto é de quem cede ao aperto dos dias,
de quem tem sede de abrir os braços em pleno
sem nada no qual esbarrar.
Há sempre algo no qual esbarrar. - Conta-me o balanço cansado do teu caminhar,
E diz-me que quer ser astronauta,
ou engenheiro aeroespacial, agora que é para os melhores dos melhores.
Só no Espaço teremos espaço - Dizes-me à passagem, sem falar.
Escuto-o na voz dos teus pés a bater contra o chão, com esperança de que a gravidade o impeça,
pedes,
levem-me nas galáxias para que os meus pés não mais batam no chão.
Mas segue o teu caminhar, com sede de Espaços e espaços,
enquanto cedes ao aperto
(desperto)
de mais um dia em Terra firme.
13 de Setembro de 2016, 12:30
Alguém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário